Não se produz mais

 Esperança, humanos e justiça aos mortos-vivos



 Perdi toda confiança em mim. Subi para o céu e o inferno incontáveis vezes. Quando eu não estava bem, no meu pior, eu estava no fim do meu mundo. Quando eu estava bem, eu estava relativamente estável. Mas eu também não encontrei muitos motivos para diferenciar do meu estado ruim e bom. Quando estou ruim, eu apenas estou potencializada de um carregamento negativo que existia, mas em alta carga. 

Quando preciso das pessoas, percebo que não preciso delas. Eu falo o que sinto e sempre parece que faço drama ou exagero ou que tudo é fácil. Algumas pessoas só queriam estar bem e não conseguem mais estar.

Corta pra baixo, é ali que vi a trilha da esperança. Não seguirei mais porque não quero me partir ao meio e acabar com dor. Esperança é o maior veneno para nós que estamos morrendo por dentro.

Então, como eu digo? Não posso te dizer. Mas eu morri faz alguns anos e meu corpo continua se movendo porque há pessoas que não me deixam partir em paz. Essas pessoas deviam saber que não vai dar lugar algum a minha vida. E o que eles acham. Eles acham que um vivo-morto pode fazer uma vida e viver ela como humanos vivem. 

Estou rezando mais, rezo por bençãos, para que eles cheguem. Na minha próxima vida, eu quero ser abençoada e ser tudo aquilo o que nessa vida não fui e nem pude ser. Para que nunca tenha que passar pela tragédia que é viver sendo eu.

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